O TAM é o carro
de combate padrão do Ejército Argentino, desenvolvido a partir do modelo alemão Rheinstahl Marder, por uma equipe de engenheiros argentinos e alemães.
Seu desenvolvimento começou em 1974 e resultou na construção de 3 protótipos,
sendo que a produção seriada se deu a partir de 1979 pela TAMSE, fundada pelo governo argentino com o
propósito de produzir este modelo. Dificuldades
econômicas interromperam a produção em 1986, com 256 entregues. Foi retomada em 1994 com um total de 657 veículos de todos os modelos, sendo 376 TAM, 216 VCTP, 50 VCTM e 15 AAH.
Na década de
1960, o Ejército Argentino sentiu a necessidade de substituir sua frota de blindados
por modelos mais modernos, na época composta por modelos M4 Sherman e Sherman
Firefly. O primeiro passo para a renovação da frota blindada portenha foi a compra de 70 caças-tanques franceses AMX-13/105, que não satisfez as
exigências dos generais daquele país. Diante desta experiência o estado-maior do Ejército
Argentino desenvolveu uma nova pré-seleção para definir o novo carro de
combate. Foram considerados o Leopard 1 alemão e o AMX-30 francês, ambos tidos
como leves, bem protegidos e com boa mobilidade. O M-60 norte-americano foi
considerado pesado, sem autonomia necessária, lento, e mais caro para comprar e
manter. Após avaliações todos os candidatos foram rejeitados, e partiu-se para
a busca de um modelo que cumprisse os requisitos operacionais para a
constituição de uma nova família de blindados.
Buscando o
desenvolvimento da industria nacional o governo argentino partiu em busca de
fornecedores para desenvolvimento conjuntos e transferência de tecnologia,
devido a falta de recursos para desenvolvimentos próprios e também pela
inexperiência neste tipo de empreendimento. Muito embora os argentinos
tivessem projetado na década de 40 o modelo Nahuel DL-43, projetar um veículo
moderno era inviável para a realidade local, pela ausência de oficinas e
instalações tecnológicas adequadas. Por fim foi assinado um acordo com o grupo
alemão que desenvolveria o TH-301, uma versão modificada do Marder, com engenheiros argentinos trabalhando na alemanha junto aos locais, para a
efetivação da transferência de tecnologia.
Desenvolveram-se
duas versões básicas solicitadas pelos generais argentinos. A primeira um
tanque médio de 30 toneladas com canhão de 105 mm, e a segunda um VCTP dotado
de uma torre de 20 mm para transporte de infantaria. As avaliações
transcorreram em 2 anos, quando foram efetivados testes diversos, cobrindo
10.000 km, do sopé da Cordilheira dos Andes até 4.560 m acima do nível
do mar, na planície central e no deserto da Patagônia, com temperaturas
até -15°C, bem como nas florestas tropicais do norte mais 38°C. Depois
de mais de 1.400 testes e modificações de vários tipos foi dada luz verde para a
produção do primeiro lote.
Durante anos o
TAM foi o melhor tanque na região, sendo seus adversários diretos o
M51 "Super Sherman", AMX-30B e M41 chilenos
e os M41C brasileiros. Exceção ao AMX-30B, embora numericamente
inferior, não havia tanque comparável ao TAM. Em meados da década de 1990,
a situação se equilibrou com a introdução Leopard1A1 e A5 e M-60A3TTS
brasileiros e Leopard1V chilenos. Em 2005, com a entrada em serviço
do Leopard2A4 no Ejército de Chile, a balança pendeu para este provocando
um desequilíbrio real em nível regional.
Fora dada ênfase
a padronização. Com uma família de veículos sobre chassi único, manutenção e
treinamento seriam maximizados, além de logística de campo e economia de
escala. Os requisitos básicos foram:
- Canhão de 105 mm ou superior;
- Alta velocidade e manobrabilidade;
- Autonomia no asfalto de mais de 500 km sem tanques externos;
- Peso de 35 toneladas ou menos, em ordem de combate;
- Sistema de controle de fogo de última geração;
- Operar em todas as regiões do país, montanha até 4.500 metros acima do nível do mar, floresta tropical, deserto da Patagônia e planícies desertas.
Exceto o motor, a
transmissão e o controle de incêndio, o carro é todo produzido por empresas
argentinas. Os elementos essenciais do veículo: sistemas de blindagem,
armas e comunicações, foram feitos no país, com projeto nacional ou
fabricados sob licença.
Seguindo a configuração já existente no modelo Marder o motor foi mantido a frente do lado direito e motorista do lado esquerdo, configuração incomum para um carro de combate que normalmente tem o motor na parte de trás, também adotada no modelo Merkava israelense. Esta disposição oferece a tripulação uma proteção extra contra disparos que impactam a parte frontal, pois além da blindagem o projétil encontrará o motor em seu caminho. Sua blindagem é composta de uma liga de aço-níquel-molibdênio, considerada fraca se comparada
a outros carros de combate, podendo segundo se sabe enfrentar projéteis de 40
mm, medindo cerca de 50 mm na dianteira e 35 mm nas laterais, com 12 mm na torre.
Esta deficiência é compensada em parte pela baixa silhueta do veículo e sua grande
mobilidade. O trem de rolamento é composto por 6 pares de rodas de apoio, além de uma polia tratora da lagarta e uma polia tensora montada a frente junto ao trem de força, além de 3 pares de rodízios de retorno. A suspensão é composta por 12 barras de torção e 8 amortecedores, com dispositivos para redução de ruído. As lagartas podem ainda ser equipadas com acessórios em forma de X para rolamento em terrenos congelados e neves, de metal em substituição à borracha. Mede 6,78 m de comprimento; 3,12 m de largura e 2,42 m de altura.
O trem de força é a grande diferença em comparação com o Marder, composto por um motor diesel MTU MB833 Ka500 turboalimentado e 4 tempos, 720 cv a 2.400 rpm, com 6 cilindros em V, 22,4 Litros e injeção direta, acoplado a uma transmissão HSWL-204 com 4 marchas a frente e 4 a ré. Graças ao seu baixo
peso, o TAM tem excelente mobilidade, proporcionada por uma elevada relação
peso/potência de 24HP/ton e pressão sobre o solo de 0,77 kg/cm². Possui autonomia de 550 km e capacidade interna de combustível de 680 litros,
podendo ser aumentada para 900 km, com dois tanques descartáveis de
200 litros cada. Pode transpor vaus de até 1,4 m sem preparo, 2,5
m com um sistema hidráulico e 4 m com um snorkel semelhantes ao da série
Leopard. O Carro pesa 29 ton vazio e 32 ton em condições operacionais. Cruza a uma velocidade de 72 km/h na estrada e 40 km/h em terreno despreparado, com limitada capacidade para disparar em movimento devido a torre estabilizada.
Seu armamento principal é uma versão argentina do canhão L7A3 de 105 mm, 28 raias a direita e 18 calibres, sem luva térmica, sendo que as primeira unidades utilizavam uma versão alemã. É feita de um tubo de aço forjado sem freio de boca, com alcance de 2.500 m. O disparo é elétrico e o fechamento da cunha vertical, podendo disparar de -7º a +18º, com a torre girando 360º por acionamento eletro-hidráulico, estabilizada em 2 eixos com comando duplo. Pode disparar
projéteis APFSDS-T, APDS-T, HEAT-T, HESH-T. Possui
lançadores de fumígenos de 88 mm em 4 tubos de cada lado da torre. Pode transportar 50 projéteis, 30 no chassi e 20 na torre. O controle de fogo é disponibilizado por um telêmetro laser de 8x de terceira geração e 9,9 km, e um periscópio panorâmico Zeiss/RTA com ampliação de 8x e campo visual de 30º, podendo ser alinhado com o armamento principal e se sobre por a mira do atirador. Um computador balístico produzido pela AEG Telefunken realiza o cálculo e correções de acordo com cada tipo de munição, distância do alvo e posição da torre. Está conectado ao sistema de estabilização do armamento principal, sendo os dados introduzidos manualmente pelo operador.
O TAM despertou o interesse de alguns países como o Perú que chegou a encomendar 20 TAM e 26 VCTP mas teve seu pedido cancelado por razões orçamentárias, sendo estes veículos absorvidos pelo Ejército Argentino. O pedido do Panamá não se concretizou pela invasão dos EUA. O Irã manifestou intenção para mais de 1000 exemplares, porém a venda foi embargada pela Alemanha que produzia parte do veículo. O Iraque interessou-se por 400 exemplares e novamente pressões internacionais frustraram o negócio. Cabe salientar que as condições do oriente médio não são as ideais para o TAM que é um carro levemente blindado. Este interesse provavelmente seja uma alternativa possível para estes países que viviam sob embargo econômico. Arábia Saudita, Kwait e equador também demonstraram interesse, porém sem continuidade. O projeto do TAM revelo-se eficiente e bem sucedido e com potencial de crescimento, porém seu chassi baseado em um veículo de combate de infantaria e a dependência da Alemanha para sua comercialização impediram que fosse além das fronteiras argentinas.
Em 2013 o Ejército Argentino e a Elbit de Israel apresentaram o protótipo do TAM 2C, projeto que visa a modernização deste carro, cujo estado de manutenção se encontra em estado crítico. Trata-se de um ambicioso programa de modernização que o equiparará aos Leopard 1 brasileiros em poder de fogo, porém o manterá inferior aos Leopard 2 chilenos, principalmente em proteção blindada. Não foi mencionado nenhum reforço de sua proteção blindada além de saias laterais, porém acredita-se que em uma segunda fase tal ítem seja adicionado. Devido as características de solo fofo do pampa argentino, qualquer aumento de peso tem que ser cuidadosamente avaliado . As principais características deste projeto de "upgrade" são:
O TAM despertou o interesse de alguns países como o Perú que chegou a encomendar 20 TAM e 26 VCTP mas teve seu pedido cancelado por razões orçamentárias, sendo estes veículos absorvidos pelo Ejército Argentino. O pedido do Panamá não se concretizou pela invasão dos EUA. O Irã manifestou intenção para mais de 1000 exemplares, porém a venda foi embargada pela Alemanha que produzia parte do veículo. O Iraque interessou-se por 400 exemplares e novamente pressões internacionais frustraram o negócio. Cabe salientar que as condições do oriente médio não são as ideais para o TAM que é um carro levemente blindado. Este interesse provavelmente seja uma alternativa possível para estes países que viviam sob embargo econômico. Arábia Saudita, Kwait e equador também demonstraram interesse, porém sem continuidade. O projeto do TAM revelo-se eficiente e bem sucedido e com potencial de crescimento, porém seu chassi baseado em um veículo de combate de infantaria e a dependência da Alemanha para sua comercialização impediram que fosse além das fronteiras argentinas.
Em 2013 o Ejército Argentino e a Elbit de Israel apresentaram o protótipo do TAM 2C, projeto que visa a modernização deste carro, cujo estado de manutenção se encontra em estado crítico. Trata-se de um ambicioso programa de modernização que o equiparará aos Leopard 1 brasileiros em poder de fogo, porém o manterá inferior aos Leopard 2 chilenos, principalmente em proteção blindada. Não foi mencionado nenhum reforço de sua proteção blindada além de saias laterais, porém acredita-se que em uma segunda fase tal ítem seja adicionado. Devido as características de solo fofo do pampa argentino, qualquer aumento de peso tem que ser cuidadosamente avaliado . As principais características deste projeto de "upgrade" são:
- Camisa Térmica para o canhão;
- Torre e canhão com acionamento elétrico;
- Sistema C2, de comunicações e interfone integrados;
- Direção e controle de fogo digitalizado;
- Detector e mira laser;
- Rastreamento automático de alvos;
- Visor termográfico para o comandante e atirador;
- Sistema termográfico para o motorista;
- Sistema anti-incêndio automático no compartimento da tripulação.
- Instalação de uma APU;
Foi mencianada ainda a possibilidade de disparo do missil LAHAT desenvolvido pela IAI, com capacidade de tiro indireto e certa capacidade contra helicópteros. Será possível também o disparo em movimento a media velocidade.
Versões:
- VCA 155: utiliza um chassis pesado de 40 toneladas com 7 rodas de apoio, com uma torre Palmaria italiana armada com uma peça de artilharia de 155 mm. 17 exemplares;
- VC AMUN: municiador de artilharia. Capaz de transportar 80 projeteis de 155 mm e reabastecer um VCA em 10 minutos;
- VCRT: logístico;
- VCDA: Defesa aérea com 2 canhões de 30 ou 35 mm;
- VCLC: lancador múltiplo de artilharia, utiliza projeteis "CAL-160" o "CAL-350", versões locais dos israelenses LAR-160 e MAR-350;
- VCPC: posto de comando;
- VCRT: veículo de reboque e salvamento;
- VCLP: lança-pontes;
- VCTM: porta-morteiro com uma peça de 120 mm;
- VCLM: lancador do míssil Roland 2;
- VCTP: Transporte de pessoal, armado com uma canhão automático RH-202 de 20 mm. Pode transportar 10 soldados com acesso por rampa traseira e podem disparar por seteiras no casco. Em serviço;
- VCA: ambulância.
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